Especial Velocidade Furiosa

Velocidade Furiosa


Como já tem sido hábito aqui no blogue, segue-se mais uma maratona que antecede uma estreia. Desta vez é a saga Velocidade Furiosa que tem aqui o seu pequeno espaço no blogue. Para quem já conhece estes artigos sabe que não pretendo com isto substituir as opiniões que vou dando, mas sim olhar para as sagas como um todo, comparando de filme para filme e olhando para os pontos mais fortes e mais fracos de cada um, mas sempre de forma rápida e muito direta. São uma espécie de opiniões flash a cada um dos filmes. É uma forma também de poder oferecer um pouco mais do que já passou no cinema. E a saga Velocidade Furiosa já vem desde 2011 a alegrar a nossa paixão por carros e pelo tuning, agora menos, mas a essência continua lá. Esta saga já passou por muito e conta com uma ordem cronológica um pouco estranha, por isso tal como fiz com Star Wars, aqui a ordem dos filmes será feita cronologicamente. Apesar disso a minha maratona será feita pela ordem de lançamento dos filmes.

Memorial

Paul Walker (Brian O'Connor)
30 de Novembro, 2013

Velocidade Furiosa

Estreia: 22 de Junho, 2001

Foi de certa forma bastante nostálgico estar a rever este filme. Não que já não o tivesse visto ao longo destes anos, mas é sempre aquele momento especial quando voltamos a ver um filme que nos acompanhou a adolescência. Também conta muito eu ser um aficionado pelos jogos Need for Speed, que na época aproveitaram um pouco a leva destes filmes para criar jogos do estilo. Alias, acho que os jogos se deixaram levar pelo sucesso dos filmes e os filmes igualmente pelo sucesso dos jogos, apesar de nada terem a ver uns com os outros. Mas neste filme, que tem uma premissa tão simples, já podemos observar um pouco da ideia da saga. Carros todos alterados, corridas, assaltos e muita adrenalina. Esta foi a receita aqui criada e que foi recriada ao longo do tempo, de uma forma ou de outra.

Apesar de neste filme contarmos ainda com as habituais apresentações dos personagens, não perdemos grande tempo com detalhes. As personagens são nos inseridas de forma energética e parece que todas encaixaram bem no seu estilo. Dom e Brian funcionam bem, mas ainda se nota alguma estranheza na forma como Paul Walker interpreta a sua personagem. Tenho de admitir que sempre o achei meio deslocado de tudo, mas de certa forma tudo faz parte da trama, com Brian a ser um personagem que se encontra bem deslocado daquele mundo. Um bom filme que introduz muito bem a saga e os personagens ao mundo do cinema.

The Turbo Charged Prelude for 2 Fast 2 Furious

Estreia: 3 de Junho, 2003

Pouco antes do lançamento do segundo filme da saga, a Universal achou necessário algumas explicações devido ao rumo que a série iria seguir. Hoje sabe-se que o segundo filme teve dois guiões prontos, onde em um deles surgiria novamente Dominic Toretto. Este não foi para a frente, visto que Vin Diesel decidiu não aceitar o papel por achar que não fazia sentido na história o seu regresso. Assim partiu-se para uma aventura apenas com Brian O'Conner. Para quem não conhece esta curta metragem ficam bastantes questões no ar de como raio Brian foi para Miami e porque esta decisão. Nesta curta/videoclipe são dadas todas as explicações de forma muito direta e simples. Uma espécie de flash pela viagem de Brian desde a sua casa até Miami.

Velocidade + Furiosa

Estreia: 27 de Junho, 2003

No seguimento direto da curta metragem apresentada antes, Brian segue com a sua história em Miami, introduzindo agora várias novas personagens que virão a ser importantes na série. Aqui, apenas Paul Walker e o Thom Barry regressam para as suas personagens de Brian O'Connor e Agent Bilkins. A restante equipa mudou por completo, incluindo a técnica que foi completamente remodelada. Além disso este filme chega com um maior orçamento o que levou a uma maior primazia nos efeitos visuais e todo um novo estilo mais excessivo durante as corridas. Apesar de parecer estranho esse estilo acabou por ficar entranhado na série e ser algo que marcou este filme dos demais.

Como sequela funciona muito bem e apesar de praticamente todo o elenco estar diferente, está tudo muito bem interligado com a restante série, fazendo todo o sentido tendo em conta os acontecimentos do seu antecessor. É um filme que usa e abusa de efeitos aquando das suas corridas, criando um aspeto único e várias vezes recriado noutros filmes. Paul Walker aqui convence ainda mais que no primeiro e todo o elenco em redor funciona muito bem. Situações e locais bem diferentes fazem com que este e o primeiro filme mudem por completo a sua ideologia e o seu estilo. Mais vivo e com cores muito mais garridas, este filme destaca-se no formato que a própria cidade de Miami transmite habitualmente a sua essência. É um belo filme, que mantém os assaltos e os carros, abusando do tunning e dando ainda mais força ao que a saga pretende.

Los Bandoleros

Estreia: 28 de Julho, 2009

Tal como a primeira curta metragem que nos ajuda a entender a relação entre os acontecimentos do primeiro e do segundo filme, aqui Los Bandoleros oferece uma visão dos acontecimentos que levam ao inicio do quarto filme. Como todos sabem, no terceiro título da série a história foge completamente ao resto. Sendo o quarto filme a sequela direta do primeiro e do segundo filme, mas sendo lançado 6 anos após o segundo filme, esta curta-metragem surge para nos oferecer algumas explicações extra. Contada de forma muito pessoal, com cenas quase dignas de um documentário. Uma imagem que representa um pouco daquilo que seria o quarto filme. Apresenta novos personagens, explicando como Dom e os restantes membros do inicio do quarto filme se juntaram. Letty também é parte integrante, encontrando Dom na R Dominicana depois de se terem separado no primeiro filme.

Velozes e Furiosos

Estreia: 16 de Abril, 2009

E finalmente em 2009 chega a sequela que todos esperavam. A partir daqui a série toma o seu rumo atual e é talvez aqui que os filmes começam realmente a subir o seu nível de qualidade, conseguindo melhores orçamentos e mais dinheiro no que toca às bilheteiras. Este foi o segundo título com Justin Lin na cadeira de realizador e conseguiu levar a sua ideia para a frente, mantendo-se até ao sexto filme como realizador da saga. Isto leva a uma ideia mais concisa na saga e a um muito bem conseguido desenvolvimento da história mais profunda de todo o universo de Velocidade Furiosa. É neste filme que se começa a misturar um pouco do que já estávamos habituados com uma história mais profunda. Algo que também penso ter sido conseguido neste filme foi a verdadeira continuidade da série.

Voltando às raízes e agora com Vin Diesel a tomar conta deste seu "filho" Velozes e Furiosos - alguém que me explique o porque de neste filme adotarmos o título brasileiro em vez do simples Velocidade Furiosa 4. Estou curioso. - mostrando a sua dedicação à série. Tendo mesmo realizado, ele próprio, a curta-metragem Los Bandoleros, que já falamos acima. Voltando à cidade de Los Angeles e passando-se na sua maioria na cidade e algures no México, este filme transporta-nos para várias experiências, com condução bem diferenciada do que estávamos habituados da série, mas com a ideia assente na mesma base. Pode-se olhar para este filme como o renascer da saga.

Velocidade Furiosa 5

Estreia: 5 de Maio, 2011

"Isto é o BRASIL" diz Toretto para o novo personagem interpretado por Dwayne Johnson. Um personagem que chega para encarar frente a frente Dom e que o faz muito bem. A produção começa a ganhar agora outro estatuto, com um maior orçamento, este filme consegue sequencias muito mais incríveis e bem feitas. Todo o ambiente do Rio de Janeiro foi muito bem trabalhado e tudo encaixa, desde a banda sonora até aos inúmeros personagens que fazem parte deste filme. As várias falas na língua portuguesa ajudam bastante ao realismo de tudo isto. E conseguiram de certa forma não alienar o país onde se encontravam, falando inglês e português sempre que assim fazia sentido, tornando tudo muito mais bem desenvolvido e real. - A Mia, interpretada por Jordana Brewster, fala muito bem o português!! - pelo menos foi este o meu pensamento ao constatar algo que nunca me tinha apercebido, mas depois fui verificar e a atriz tem descendência brasileira tendo mesmo vivido durante quatro anos no país. Estranho, estranho é ver Joaquim de Almeida a falar português do Brasil, mas nada a dizer, tendo em conta o ótimo vilão que este representa.

Achei interessante de aqui darem numa de Ocean's, com uma história que envolve todo um planeamento para um assalto e com surpresas pelo meio, tal qual como acontece nos filmes da saga referida. Apesar da ideia idêntica aqui todo o envolvimento dos habituais carros alterados ajuda a tornar tudo mais único. A história também se adensa mais com algumas novidades em relação à família dos Toretto. Todos estes pormenores começam a dar mais profundidade à saga e ajudam a estabelecer uma continuidade futura. Além disso a cena que surge no meio dos créditos vem criar as bases para o próximo título. Na altura este filme foi uma agradável surpresa arrecadando boas notas, que eleva a série a outro patamar, quando comparado com os anteriores filmes.

Velocidade Furiosa 6

Estreia: 23 de Maio, 2013

Justin Lin realizou assim o seu último filme, até ver, da saga. E ainda durante o desenvolvimento deste filme, a Universal preparava o próximo filme da franquia, querendo lançamentos mais rápidos entre filmes, levando assim a que Lin ficasse sem hipóteses de agenda para se manter na saga. Assim não foi embora sem antes deixar toda a sua história desenhada. Como bem sabem, Lin sentou-se na cadeira de realizador no terceiro filme, que ficou sempre deslocado da série, até este filme, onde na cena de meio dos créditos é dada uma explicação para o acidente de Han e uma continuidade para o seguimento da série. Foi bom, que finalmente houvesse esta ligação e principalmente conseguíssemos colocar Velocidade Furiosa: Ligação a Tóquio no devido lugar na saga.

Mas além disso o que oferece mais este Velocidade Furiosa 6? Bem, primeiro de tudo, podem esquecer as corridas alucinantes para ganhar carros. Os personagens estão mais adultos, mais responsáveis, mais procurados que nunca e aqui entra a ação em força. Este filme concede-nos uma dose extrema de ação, sempre com os carros à mistura. Mas aqui encontramos uma realização, que já nos tem sido entranhada desde o terceiro filme. Uma imagem bem ao estilo que nos tem sido mostrado ao longo dos últimos dois filmes. Uma final épico para uma espécie de "arco" da Letty, mas com uma porta aberta para a continuidade da série. Parece que tudo encaixou bem e a saga ganha um novo caminho, melhorando cada vez mais as suas ideias e ficando cada vez com mais valor técnico.

Velocidade Furiosa: Ligação a Tóquio

Estreia: 22 de Junho, 2006

Demorou a chegar um novo Velocidade Furiosa e quando chegou foi de uma forma completamente distinta do que conhecíamos. Surpreendeu muita gente e deixou muitos curiosos com o rumo que esta saga começava a tomar. Neste filme mudou tudo drasticamente. O tunning e todo o design demonstrado que tinha sido explorado de forma exaustiva no segundo filme aqui volta em força. Com uma simples história que não tenta ser mais do que é, acaba por ser aquele filme que sempre destacou da série, sem se saber muito bem onde encaixava. Aliás, acho que esta história ficou difícil até para os criadores, onde encaixava em todo o universo. Apesar de hoje sabermos onde toda esta história encaixa, na altura este lançamento foi estranho para os fãs da saga, mas ficou bem marcado na memória de todos pelas suas particularidades.

Mudamos de país, todo o elenco e o único que faz um pequeno cameo em todo o filme é Dom - mas espera, o Dom está no Japão? - foi esta uma das muitas questões que ficaram no ar durante este filme e continuaram no ar por um longo período. Uma estética que transborda a cultura pop japonesa e faz deste um filme único em toda a franquia. Passamos das corridas de velocidade para o drift e toda uma banda sonora a condizer. Acho que é das coisas que foi mais gratificante na altura, a sua banda sonora. Num todo não está longe de ser o melhor filme da saga, mas consegue-se destacar pelas suas particularidades técnicas, que diferem bastante de todos os outros filmes.

Velocidade Furiosa 7

Estreia: 3 de Abril, 2015

Este é, realmente, o filme mais forte de toda a saga em todos os aspetos. Busca ser uma enorme homenagem a Paul Walker, devido ao acontecimento que marcou o final do ano de 2013. A morte de Walker abalou todo o mundo e esta sua segunda família, que representa os filmes Velocidade Furiosa, ao qual ele era completamente apaixonado, não deixou que esta tragédia lhe manchasse o nome. Um filme repleto de ação, emoção, velocidade, tristeza e alegrias. Brian foi para um lugar melhor, longe da confusão e foi a melhor forma que os criadores do filme arranjaram para que o peso da perca não fosse tão grande. É realmente emocionante todo aquele final. A música, os planos... Tudo ajuda a um momento tenso, onde os próprios atores não conseguiram esconder a emotividade do momento. Incrível.

Este filme fala completamente por si e como vocês podem ver na opinião que escrevi na altura do lançamento, é um filme surpreendente e sem dúvida o melhor de toda a saga. Incrível, muito bem trabalhado e podemos dizer que James Wan, um realizador habitualmente sentado nas cadeiras de títulos de terror, faz aqui uma das suas melhores obras. Pode não ser um filme para todo o publico, mas sem dúvida que quem é fã da série vai arrepiar-se ao ver este filme. Vai sentir tudo o que o filme transborda e foi este um dos pontos que mais me marcou neste filme. Como tão bem conseguiu transmitir aquilo que tinha de transmitir.

Velocidade Furiosa 8

Estreia: 13 de Abril, 2017

Não é um filme que consiga manter a qualidade do seu antecessor, mas dentro daquilo que a saga se tem vindo a propor acho que tem mérito no trabalho que faz, pelo menos oferecendo um bom serão com qualidade equivalente ao quinto ou sexto filme. O novo Velocidade Furiosa procura manter-se relevante e oferecer uma experiência que possa durar mais uns anos, mesmo depois do desastre que abateu todos na produção desta saga. Funcionam agora como uma homenagem ao ator falecido e se o sétimo filme faz isso muito bem, este segue o seu rumo, mantendo sempre na lembrança a personagem de Brian. São várias as referências e claro, há uma bem importante que acaba por acontecer no final do filme.

Um filme interessante, que não se perde muito, mantendo a ideia que já nos tem vindo a ser oferecida desde o quarto filme da série. A história vai seguindo o seu rumo, pior ou melhor, não se está a perder o entusiasmo e parece que temos saga para durar. Velocidade Furiosa já há muito tempo que perdeu aquela sua ideologia inicial dos tunnings, mantendo agora um padrão de filme dos carros com uma dose quase exagerada de ação.
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